segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Medo x Liberdade

Esse tema foi levantado por minhas ideias na última postagem. E por sorte hoje pela manhã assistindo a um programa na TV Câmara, tinha um deputado qualquer do partido DEM falando sobre o seu projeto de legalização do porte de arma.

Aí está um tema que me intriga muito, para garantir a "liberdade" de ter o porte de arma ele utilizou em quase todo seu discurso o artifício "medo". Ele disse que a população não confia no sistema de segurança do país, ok, correto! Mas aí a população se tornar o seu próprio sistema de segurança?

Fiquei imaginando como seria isso e quais consequências surgiriam a partir dessa medida. Aliás, eu já penso nisso desde a última consulta (muito questionada) feita a população sobre a questão.  O exercício de reflexão que faço é, se a população brasileira está pronta para portar uma arma de fogo? Eu pelo menos, não estou pronta pra isso. A maioria da população não sabe sequer votar, e por isso mesmo, está descontente com a segurança do país, pois, se esta não está satisfatória é porque os representantes do povo não estão levando esse recado até o poder. Na minha cabeça maluca, uma coisa vai puxando a outra. Aprendamos então a votar oras, e então vamos exigir que a segurança se torne uma prioridade nas políticas públicas em execução nesse país.

Vejam o trânsito, como está o trânsito em sua cidade? Pra mim o trânsito reflete a sociedade atual. Total falta de respeito com o próximo, um individualismo exacerbado e um foco de tensão crescente e constante. Agora coloquem uma arma de fogo na mão de cada motorista e desenhem no imaginário de vocês o que vai acontecer.

Claro que sou totalmente contra ao porte de arma e só por isso descrevo os argumentos contra. Mas de fato, não consigo achar ou considerar qualquer argumento a favor. Queremos mesmo, nossas crianças em contato com arma dentro de casa? Já não basta as nossas crianças com nossos péssimos exemplos de cidadãos?

Eu realmente atesto aqui a minha incapacidade de reconhecer qualquer ponto positivo em distribuir arma para o povo. E vou mais além na minha utopia, só precisa de sistema de segurança uma sociedade que não se respeita e não tem limites. Ou seja, essa sociedade de mercado que vivemos.
Um mundo onde não há injustiças, onde há educação e respeito, como pregou nosso mestre Jesus, não precisa de policiais, seguranças e armas.

A primeira vez que tive contato com essa ideia, a rejeitei prontamente. Mas é um movimento natural desse sistema. Mas é bem verdade, que quando o primeiro homem botou cerca em volta de um determinado espaço e chamou de seu, ele começou a ter que desenvolver meios de garantir isso. Também, depois que o primeiro homem invadiu o "cercado" de outro homem e julgou ser o dominante de vários outros cercados e ainda da força de trabalho desses, ele também teve que arrumar formas para garantir e validar seu discurso.

Óbvio que não estou falando de "pequenas" violências cotidianas ( não menos preocupantes e revoltantes, que devem sim ser combatida, como furtos, abusos sexuais, sequestros de nós meros mortais da classe média), mas falo de roubos históricos da nossa própria liberdade. Olha só quem apareceu no final do texto? Garantir a liberdade através do medo, já é, um atentado a esta.

O medo prende e não liberta. Basta analisar qualquer discurso das principais figuras que foram feitos líderes religiosos depois de sua passagem pela Terra. Buda, Jesus Cristo, Mao Tse Tung. Eles pregaram o amor e a igualdade. E no meu ver, apenas isso que liberta!

No momento que eu conseguir enxergar o próximo como um semelhante, como queria Cristo, somente assim eu não deixarei que nada de mal aconteça a ele, pois, o mal acometido a meu próximo é o mal futuro anunciado a mim.  

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